segunda-feira, 20 de abril de 2009

SACRIFICIOS NO ANTIGO TESTAMENTO






Sacrifício

No ato de infidelidade de Adão em relação a Deus, descrito no livro do Gênesis ( 3,11 ); com a afronta à majestade, à justiça e à benignidade divinas, o pecado e a morte entraram no mundo.

Todos os homens pecaram em Adão, e ficaram sob a maldição do pecado, condenados à morte eterna. Ninguém seria injustiçado se Ele tivesse resolvido deixar toda a raça humana no pecado e condená-la por causa da transgressão da Lei.

Deus, contudo, não abandonou, em definitivo, a criatura decaída e morta no pecado, deu-lhe a Lei, expressão de Sua misericórdia, objetivando tornar evidente o caminho da salvação. Permitindo a reparação do pecado e como evitar os seus malefícios, e, dessa forma, preparar o homem para a redenção definitiva pela graça justificadora do Cristo.

Essa redenção ocorreria, também, de forma sacrifical.

Sem o derramamento de sangue do Cordeiro de Deus não haveria justiça definitiva, e a morte espiritual decorrência do pecado, não seria derrotada.

A Redenção seria operada necessariamente através dos méritos infinitos do sangue de Jesus Cristo (Efésios 2:8, 9; Gálatas 2.21). Jesus Cristo que nos lavou, de uma vez para sempre, do pecado (1Pe 3.18; 1Jo 1.9)

Na lei mosaica (cf. Êxodo) havia os seguintes sacrifícios cruentos sob incumbência dos membros da tribo de Levi, as chamadas cinco ofertas levíticas, obras de precessão, pré-figuras do sacrifício vindouro do Messias.

Holocausto - Adoração a Deus

As vítimas eram oferecidas ao domínio de Deus. Queimava-se a vítima completamente, ninguém a comia, para prestar, por essa consumação, uma homenagem e um reconhecimento pleno, ao soberano domínio de Deus.

Era um sacrifício de latria; prestava-se, assim, o culto puro de adoração a Deus.

Hóstia pelo pecado - sacrifício propiciatório

O sacrifício propiciatório era oferecido para a expiação dos pecados, de modo a tornar Deus propício. Também chamado "hóstia pelo pecado”.
A vítima era dividida em três partes uma parte consumida no fogo no altar, outra queimada fora do acampamento e uma terceira comida pelos sacerdotes.

O sacrifício eucarístico e de impetração - hóstias pacíficas

O sacrifício eucarístico era oferecido para agradecer a Deus, qualquer graça recebida. Eram sacrifícios de ação de graças. O sacrifício impetratório era feito para pedir a Deus qualquer graça importante.

Os sacrifícios eucarísticos e impetratórios, também chamados de "pacíficos", se distinguiam da "hóstia pelo pecado" pelo fato de que o povo e os sacerdotes deviam participar, consumindo uma parte da vítima.

O sacrifício exterior, portanto, é um oferecimento a Deus de uma coisa sensível para ser destruída ou modificada, o que era feito por quatro razões: reconhecer o domínio soberano de Deus; reconhecer a nossa dívida para com a justiça suprema de Deus e obter o Seu perdão; agradecer as graças alcançadas e pedir a graça necessitada.

Citações bíblicas sobre os sacrifícios:

Êx 35,16 - "O altar do holocausto (ofertas queimadas), e o crivo de bronze, os seus varais, e todos os seus pertences, a pia e a sua base,"

Êx 29,12 - "Depois tomarás do sangue do novilho, e o porás com o teu dedo sobre as pontas do altar, e todo o sangue restante derramarás à base do altar."

Lv 1,5 - "Depois degolará o bezerro perante o Senhor; e os filhos de Arão, os sacerdotes, oferecerão o sangue, e espargirão o sangue em redor sobre o altar que está diante da porta da tenda da congregação."

Gn 8,20 - "E edificou Noé um altar ao Senhor; e tomou de todo o animal limpo e de toda a ave limpa, e ofereceu holocausto sobre o altar."

Gn 12,7 - "E apareceu o Senhor a Abrão, e disse: À tua descendência darei esta terra. E edificou ali um altar ao Senhor, que lhe aparecera."

O antigo sacrifício na perspectiva do Sacrifício do Cristo

Jesus Cristo unificou todos esses significados dos sacrifícios antigos, no seu sacrifício propiciatório, o sacrifício da Nova e Eterna Aliança que reconciliou definitivamente Deus com o homem, e com a obra criada na sua totalidade. No sacrifício cristão estão presentes a adoração a Deus, o perdão dos nossos pecados, o ato de agradecimento e o pedido de graças a Deus.

Ninguém mais pode tentar realizar os antigos sacrifícios porque esses perderam sentido diante do sacrifício, da oblação vicária do Cristo (Epístola aos Hebreus). Tentar realizar essas boas obras do Antigo Testamento é demonstração de falta de fé no Cristo.

Diz o texto Sagrado:

Jo 1,29 - "No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo."

Hb 2,14 - "E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo;"

Na eucaristia o sacrificio do Cristo é atualizado de forma incruenta até a consumação dos tempos.

Sacrifícios incruentos e mistos na Antiga Lei

A oferenda da flor de farinha, misturada ao azeite e incenso, queimada no altar dos holocaustos. O sacrifício do bode expiatório: na festa da expiação solene o povo apresentava dois bodes, um era degolado, o outro era oferecido vivo. O sacerdote impunha suas mãos na cabeça da vítima, confessava os pecados da nação, carregava-os no animal 'imundo' que era solto no deserto. O sacrifício do pássaro para purificar uma casa infestada pela lepra, tomavam-se dois pássaros puros; imolava-se um num vaso cheio de água, no qual se vertia seu sangue, e, o outro, era imerso até a cabeça na água com sangue, com um madeiro de cedro, hissopo (alfazema) e púrpura; após espargir a água, soltava-se o pássaro puro.

Maria e José ofereceram um par de rolinhas ou dois pombinhos após o nascimento de Jesus; segundo a Lei de Moisés, este sacrifício era para a purificação da mulher depois do parto. A Lei dizia que deveria oferecer um cordeiro e um pombinho ou uma rolinha (cf. Lv 12,6). Se fosse pobre, deveria oferecer um par de pombinhos ou de rolinhas (cf. Lv 12,8).

Obras de preparação

Observa-se facilmente que todas estes sacrifícios e cerimônias da lei mosaica eram figuras, tipos, do sacrifício de Jesus Cristo e dos frutos resultantes para os homens e sua justificação.

Eram obras imperfeitas; todo o mérito das oferendas se baseava na obediência à ordem divina que as havia prescrito, e na fé dos homens.

Estes sacrifícios tinham caráter de preparação para o sacrifício de Cristo que os substituiu e os superou; como um sacrifício, perfeito e eterno, que aplacou definitivamente a ira divina , tornando Deus propicio aos homens, tornando também a alma humana agradável a Deus e a criatura humana eternamente agradecida pela justificação oferecida pela graça de Deus.Criatura justificada e liberta do sofrimento eterno na Pessoa do Cristo.

Vários outros aspectos civis e cerimoniais da Lei Antiga foram revogados com a Nova e Eterna Aliança, proibições alimentares , o divórcio , o repouso sabático, a purificação da mulher após o nascimento.

Destes preceitos, só permanecem, com o advento do Novo Testamento, o dogma, completado por Nosso Senhor Jesus Cristo, e a moral, aperfeiçoada por ele. As cerimônias eram figurativas, e as figuras desaparecem diante da realidade. As cerimônias da Igreja substituem suas pré-figuras (ver Hb 4, 3 - 11). As leis nacionais também já não mais se aplicam.

Novo Testamento

Hb 2,9 - "Vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos."

Ef 5,2 - "E andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave."

Jo 19, 18 - 19 - "Onde o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio. E Pilatos escreveu também um título, e pô-lo em cima da cruz; e nele estava escrito: JESUS NAZARENO, O REI DOS JUDEUS."

Cl 1, 20 - 22 - "E que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra, como as que estão nos céus. A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis."

Rm 12,1 - "Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional."

O Sacrifício do Cristo profetizado no Antigo Testamento

A Sagrada Escritura relaciona a oblação vicária que Jesus fez de seu Corpo e Sangue, na Última Ceia, com o fato de ser Ele sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedeque, como O chamou o rei David.

Diz o Livro do Gênesis: "18 Então, Melquisedeque, monarca de Salem, tomou pão e vinho, pois era sacerdote do Deus Altíssimo, 19 os benzeu, exclamando: ‘Bendito Abraão do Deus Altíssimo, criador do céu e da terra, 20 e bendito seja Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos em tuas mãos!’ Depois do que Abraão lhe deu o dízimo de tudo"

O apóstolo Paulo confirma o Sacerdócio do Cristo segundo a ordem de Melquisedeque, na Epístola aos Hebreus.

Cristo não era descendente da tribo dos levitas , tribo responsável pelos serviços religiosos entre os judeus, o seu sacerdócio só poderia ser um sacerdócio de outra natureza , como exposto pelo apóstolo Paulo (Epístola aos Hebreus). Cristo aboliu o sacerdócio levítico e instituiu o sacerdócio cristão , aberto a todos os batizados.Somente o Cristo que é Deus poderia operar essas transformações na Lei Antiga, que até a Sua vinda era rigorosamente observada .Essas verdades foram incorporadas em um novo nível da mensagem revelada e dos planos salvíficos de Deus para os homens .O Sacrifício do Cordeiro substituiu os sacrifícios anteriores - porque perfeito e definitivo - e há de ser celebrado até a consumação dos tempos conforme as profecias do Antigo Testamento e as palavras do próprio Cristo.

Teus olhos me mostram o quanto preciso de Ti...

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